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domingo, 26 de dezembro de 2010

Livro: Clínicas do Trabalho

Sinopse: Esta obra apresenta os fundamentos e as bases históricas das teorias clínicas do trabalho, tanto nos textos de seus autores (franceses, como Clot, Lhuilier, Dejours, Enriquez, Chanlat, Gaulejac, entre outros), como também de autores brasileiros, os quais ressaltam as repercussões e aplicações destas teorias no Brasil. O livro contempla quatro teorias clínicas do trabalho - Clínica da Atividade, Psicossociologia, Psicodinâmica do Trabalho e Ergologia. Para além de uma apresentação dessas teorias, o livro oportuniza um diálogo entre elas. Os autores entrelaçam as teorias expondo suas contribuições, seus pontos de convergência, bem como suas limitações e confrontos. Dessa forma, o leitor é conduzido a uma reflexão panorâmica sobre as teorias clínicas do trabalho. O Livro é indicado para profissionais, pesquisadores e estudantes, interessados na compreensão dos aspectos humanos e subjetivos relacionados ao trabalho. Oferece contribuições para estudos na área de administração, psicologia e saúde, com aplicação em diversas disciplinas e áreas correlatas, tanto em cursos de graduação como de pós-graduação.

Autor: Pedro Fernando Bendassolli formou-se em psicologia pela UNESP e obteve seu doutorado em psicologia social pela USP. Professor da Fundação Getúlio Vargas, FGV-EAESP, e da Escola Superior de Propaganda e Marketing, ESPM. Consultor especializado em processos de transformação organizacional. É editor associado da Gvexecutivo, revista de gestão e estratégia da Fundação Getúlio Vargas. Seus interesses de pesquisa envolvem temas de comportamento organizacional, epistemologia da psicologia e transformações no vínculo do indivíduo com o trabalho.





terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A saúde do trabalhador na atualidade

O trabalho é um processo que se configura à nível técnico, social, econômico, e  histórico. Com a transformação contemporânea das tecnologias e com a ampliação do setor de serviços, os acidentes de trabalho, assim como as agressões à saúde passam a competir com agressões que têm origem, predominantemente, na organização do trabalho. A exploração laboral tem tomado novos contornos, e apresentando novas exigências quanto ao uso de capacidades criativas e adaptativa, ou seja, características subjetivas da própria força de trabalho. Segundo Yves Clot, Y. Clot, encontra-se hoje:   
 
 
 

YVES CLOT, professor titular do CNAM
“(...) de um lado, uma real desprescrição operatória; do outro, uma prescrição temporal que nos parece uma tirania do imediatismo. (...). Segue-se uma possante autoprescrição cujos efeitos para a saúde física e psíquica ainda estão por ser avaliados. Há uma completa mobilização da pessoa a quem se impõe a carga de conciliar o inconciliável: regularidade, velocidade, qualidade, segurança. A interiorização psíquica dos conflitos de critérios associados aos objetivos muito freqüentemente irrealizáveis conduz a novas formas de dissociação. E isso, em empresas ou organizações de prestação de serviços que acumulam, com muita freqüência, as falhas das burocracias tayloristas tradicionais e aquelas das organizações mercantis, delegando aos assalariados as decisões assumidas, no passado, pelas hierarquias.”

O desgaste psíquico e mental tem se tornado cada vez mais frequente, portanto, é necessario que se faça uma avaliação daquilo que o trabalho produz como modos de existência e padrão de adoecimento. 

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Amputação do poder de agir - sofrimento

A amputação do poder de agir do trabalhador ocorre quando ele começa a ser retraído, encolhido por sua atividade de labor. "A fadiga, o desgaste violento, o estresse se compreende tanto por aquilo que os trabalhadores não podem fazer, quanto por aquilo que eles fazem". O que é exigido é muito maior do aquilo que o trabalhador consegue realizar. Se uma determinada conduta é insólita, isso se deve ao sofrimento subjetivo e às estratégias defensivas contra esse sofrimento. Por isso, é importante compreender a constante interação entre a subjetividade e objetividade, os problemas provenientes das dificuldades pessoais de cada trabalhador e de suas relações interpessoais. A atividade não é apenas aquilo que se faz, existe nela um continente oculto, onde está aquilo que se ainda deseja fazer, o que deve ser feito e aquilo que o sujeito faz contra a sua própria vontade. A atividade em si é maior do que a atividade realizada. O desgaste contínuo e a sobrecarga diminuem a capacidade de agir do sujeito, tornando-o um sujeito tenso e deixando sua atividade contaminada. O trabalhador vai ficando estreitado frente à atividade que ele realiza.




domingo, 5 de dezembro de 2010

NÃO ao Ato Médico

Acesse o site da POL e envie seu manifesto contra a aprovação do PL do Ato  Médico:  http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/noticias/ultimas_noticias


"Aos excelentíssimos senhores e senhoras,
Presidente da República
Senadores e Senadoras


[...] O Conselho Federal de Psicologia (CFP) reafirma sua posição sobre o PL do Ato Médico (n°. 7703/06), questionando-o por manter, no texto aprovado pela Câmara dos Deputados em 21 de outubro, seu vício de origem, que é colocar em risco o cuidado integral à saúde preconizado pela Constituição Federal para o SUS, uma das grandes conquistas do povo brasileiro após a redemocratização do país.
A atenção à saúde deve continuar sendo realizada pelo conjunto de profissões da saúde, garantindo ao usuário do SUS a atenção multiprofissional e interdisciplinar e o direito a uma atenção à saúde que leve em conta as diversas determinantes dos processos de saúde e doença.
O Conselho Federal de Psicologia apóia a iniciativa de regulamentação profissional da medicina. Contudo, não se pode ferir a autonomia de outras profissões.
Em 2004, o CFP participou ativamente das mobilizações que reuniram 10 mil pessoas em manifestação realizada em Brasília, além de outros eventos em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Santos e outras cidades. Naquele momento, profissionais e estudantes de 13 categorias da área de saúde conseguiram explicar à população e ao poder legislativo os enormes prejuízos que o PL causaria à sociedade brasileira caso fosse aprovado.
Assim, neste momento em que o Projeto de Lei 7703/06, conhecido como PL do Ato Médico, retorna ao Senado Federal para que seja reavaliado pelos senhores após as alterações realizadas pela Câmara dos Deputados, nós psicólogos solicitamos que o Senado Federal e a Presidência da República empenhem-se em não perder de vista seu papel essencial na garantia das conquistas do SUS, dos direitos dos usuários do sistema de saúde à atenção integral e a garantia da autonomia de todas as profissões da área.O PL do Ato Médico engessa o trabalho multiprofissional e interdisciplinar na saúde. Quem sai ferido é o usuário."
     
                                                                   Conselho Federal de Psicologia


Fonte: www.pol.org.br

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O lado sombrio do Assédio Moral

O assedio Moral é pressuposto por uma repetição sistemática do ato, intencionalidade (tentar forçar o sujeito a deixar o emprego), direcionalidade (eleger uma pessoa do grupo para agredir), temporalidade ( durante a jornada de trabalho, por dias e meses), e degradação deliberada das condições de trabalho. Portanto, um ato isolado não se configura em assédio moral. 



SEU CHEFE ULTRAPASSA O LIMITE QUANDO:

• Dá instruções confusas e imprecisas

• Bloqueia o andamento do seu trabalho

• Atribui a você erros imaginários

• Ignora a sua presença na frente dos outros

• Tenta forçá-lo a pedir demissão

• Impõe horários injustificados

• Fala mal de você ou espalha boatos a seu respeito

• Pede trabalhos falsamente urgentes

• Determina a execução de tarefas muito abaixo da atribuição de seu cargo

• O isola da convivência com os colegas

• Retira seus instrumentos de trabalho

• Deixa de lhe passar tarefas

• Agride você de qualquer maneira

• Proíbe seus colegas de falar com você

• Manda a você cartas de advertência protocoladas

Fonte: www.observatoriosocial.org.br



SINTOMAS DO ASSÉDIO MORAL NA SAÚDE

Entrevistas com 870 homens e mulheres vítimas de opressão no 
ambiente profissional revelam como cada sexo reage a essa 
situação. Fonte:www.partes.com.br












quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O psicólogo nas organizações


O psicólogo do trabalho atua no aperfeiçoamento e melhoria das condições de vida, trabalho, e saúde dos trabalhadores. Em relação ao desempenho profissional, os psicólogos atuam em diversas frentes, tais como na criação e avaliação de ações de treinamento, desenvolvimento e educação, no planejamento de gestão de pessoas, na seleção de profissionais, em planos de ascensão profissional e na orientação de carreira.  
Em termos de bem-estar, os psicólogos podem atuar na criação de programas de qualidade de vida, na prevenção de doenças ocupacionais, na formulação de estratégias para melhoria do clima organizacional e da satisfação dos empregados. Além disso, a participação em projetos estratégicos dos diversos setores da organização é essencial para identificar e reduzir possíveis impactos negativos na vida das pessoas, bem como para potencializar efeitos positivos. 
A Psicologia Organizacional e do Trabalho existe, como área de atuação, de várias formas dentro das grandes corporações. Na maioria das empresas, os profissionais da área são contratados como analistas de RH, consultores internos  de RH e  gestão de pessoas. Os profissionais da psicologia atuam em todos os subsistemas de Gestão de Pessoas, principalmente em recrutamento e seleção de candidatos, e em  treinamento e desenvolvimento de equipe. 
Alguns autores consideram a Psicologia Organizacional como o estudo do fator humano na organização, abrangendo atração, retenção, treinamento e motivação dos recursos humanos, assim como a criação de condições organizacionais de trabalho que auxiliem na criação de clima apropriado para se atingir metas de trabalho e desenvolvimento profissional. A psicologia organizacional em seu contexto mais amplo, coloca ênfase nos aspectos grupais e organizacionais do trabalho.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Assédio Moral no Trabalho

O assédio moral refere-se  a exposição dos trabalhadores a situações de constrangimentos e humilhações que se repetem no decorrer do dia de trabalho, e durante o exercício de suas atividades. O assédio moral é mais comum em relações de hierarquia e autoridade, em que um ou mais chefes se dirigem à seus subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e com a organização, isso  muitas vezes conduz o trabalhador a desistir de seu trabalho.
O assédio moral pode ser caracterizado enquanto uma degradação do ambiente de trabalho onde o que passa a prevalecer são as atitudes e condutas negativas dos chefes em relação aos trabalhadores. Essa atitudes negativas passam a constituir  nesses profissionais, assediados moralmente, uma experiência subjetiva que lhes causam muitos prejuízos práticos e de ordem emocional, e também para a  empresa.
A pessoa vítima de assédio moral é isolada do grupo sem explicações, e passa a ser  hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos outros. Os demais trabalhadores, por receio do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado as questões relacionadas  da competitividade, eles rompem os laços afetivos com o sujeito vitimado e, geralmente, reproduzem as ações do agressor no ambiente de trabalho. Tudo isso vai se instaurando no grupo, enquanto a vitima cada vez mais se desestabiliza, se sente fragilizando, e com baixa auto-estima.